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All for you (YAOI - sem lemon!)

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Mensagem  Thita Qui Set 30, 2010 6:51 pm

Classificação: +18 (pra garantir)
Avisos: Violencia, Estupro, Homossexualidade
Shipper: AxU (principal) KxM
Genero: Drama, shonen-ai, romance, death fic, tragédia.
Sinopse: (...)- Ele é tão belo! – Seus olhos se encheram de lágrimas. – Acho que essa é a melhor forma de morrer, dar minha vida a alguém que merece, que poderá fazer outra pessoa feliz. – Então se virou para Miyavi – Não deixe que ele se culpe pelo que aconteceu. Diga que eu o amo, que sempre o amarei. Que nunca sairei do seu lado.(...)

ONE-SHOT!

ALL FOR YOU



Já era meia-noite e Uruha ainda não tinha voltado. Onde ele estava?

- Tenho que resolver alguns assuntos, te ligo quando chegar em casa. – Dissera ele antes de sair. Ainda podia sentir o beijo doce aquecendo seus lábios.

Pegou o telefone sobre a mesinha de madeira brilhante e discou para a casa do loiro. Se ele tivesse chegado e esquecido de ligar...

- Este telefone está temporariamente fora de serviço, deixe seu recado após o sinal. – A voz irritantemente melosa não era a que queria ouvir naquele momento.

Ele pode estar dormindo...

Tentou novamente. Nada. Uruha não estava em casa.

Com um suspiro irritado, levantou do sofá e caminhou pela casa tentando se acalmar. Foi até o quarto, olhou os lençóis – ainda bagunçados – e sorriu ao lembrar com deleite as maravilhosas horas que passara nela aquela manhã. Havia alguns dias que Uruha estava dormindo em sua casa, dali a alguns dias, estaria trazendo algumas peças de roupa, depois pertences pessoais, e, quando percebesse, estaria morando com Aoi. O moreno não podia ficar mais feliz com isso.

Kou, cadê você?

Deu uma ultima espiada no relógio e voltou a sua posição inicial sobre o sofá.



Uruha caminhava pelas ruas apinhadas de Tóquio, estava atrasado para a reunião com os empresários da Sony. Só podia torcer para que não ficassem muito bravos. A única coisa que não entendera em tudo isso era por que cargas d’água tinha que ir sozinho. Não gostava de andar sozinho, geralmente se perdia. E era o que estava acontecendo agora.

Não posso ficar mais atrasado. Será que o Aoi conhece o caminho?

Sacou o celular e discou. Antes mesmo que completasse a ligação, a bateria acabou. Uruha fechou o aparelho com uma força e exagerada e praguejou.

Droga. Hoje não é o meu dia de sorte.

As ruas se tornaram cada vez mais escuras. As pichações na parede – resultado de alguma gangue revoltada – eram assustadoras. Avistou uma pequena padaria na esquina, não muito longe de onde estava. Talvez ali alguém conseguisse ajudá-lo. Atravessou os dois quarteirões e chegou ao pequeno estabelecimento. O ventilador de teto girava lentamente, não conseguindo refrescar o ambiente. A atendente o olhou de cima a baixo quando ouviu o sino da porta e pareceu gostar do que viu. Se endireitou na cadeira e arrumou os cabelos desgrenhados, coisa que foi completamente ignorada por Uruha.

- Posso ajudar? – Perguntou sugestiva, dando duplo sentido na palavra.

Ele se assustou um pouco, mas se controlou e respondeu.

- Oi. Pode sim, eu queria que você me ajudasse a achar um lugar... – Passou o endereço para ela. A mulher o olhou, incrédula. – O que foi?

- Como você veio parar aqui? Esse lugar é do outro lado da cidade!

Era só o que me faltava!

- B-bom, eu me perdi. – Tentou se justificar, ficando vermelho.

- Estou vendo. Olha, acho melhor pedir um táxi. Não vai conseguir chegar a pé.

- Obrigado. – Ainda envergonhado, deixou a padaria. Tateou os bolsos em busca do celular; só então lembrou que estava sem bateria.

Porcaria de celular idiota! Nem pra me ajudar quando preciso. E agora? O que fazer?

Olhou ao redor, os enormes prédios cinzentos pareciam assustadores. Podia imaginar a bronca que levaria de Aoi por ter ido parar em um lugar como aquele. A bronca que levaria por chegar atrasado na reunião. A bronca que levaria por...

- Ei, gracinha, tá perdida?

Uruha se virou em direção à voz rude, os cabelos loiros voando levemente com o movimento. Seus olhos estavam arregalados, pressentindo o perigo. Agora mais do que nunca, precisava de Aoi.



- Kai, tem certeza de que não falou com Uruha? – A voz de Aoi transbordava desespero. Passara das duas da manhã e o loiro ainda não tinha voltado. Já tinha perdido a conta de quantas vezes ligara para o celular dele.

- Tenho Aoi. Ele vai voltar, se acalme. Deve ter dormido em algum lugar por aí... – Kai tentou tranqüilizar o moreno, mas isso parecia impossível. Na casa de quem ele teria dormido se nem Reita sabia onde estava?

Com o nervosismo em cada parte de sua pele, passou a mão pelos cabelos e suspirou, andando de um lado para outro. Se Uruha estivesse ali, já teria implicado com ele por causa disso.

- Tudo bem Kai, mas eu preciso saber onde ele está. – Olhou – pela milésima vez – o relógio na parede. Os ponteiros corriam mais do que desejava.

- Até parece que não conhece o Kou! Deve ter se esquecido de avisar, como sempre – Mas lá no fundo, Kai estava começando a ficar preocupado. Mesmo sendo distraído, ele nunca preocuparia os amigos. Ele saíra pela manhã, já devia ter voltado há horas e, quando mais a noite avançava pela madrugada, mais as chances de que algo ruim tivesse acontecido aumentavam.

- Vou atrás dele – Avisou Aoi, a determinação presente nessas três simples palavras dando-lhe esperanças. Parado em casa não conseguiria encontrar o loiro.

- Por onde vai começar?

- Ele estava indo para o estúdio, pode ter se perdido no caminho – Deus! Isso era tão a cara de Kou...

- Você vai por ali então, eu e Miyavi vamos olhar lá por perto. Não esqueça de nos avisar se descobrir alguma coisa!

Aoi desligou o telefone e pegou as chaves. Desceu os lances de escada de dois em dois degraus para chegar mais rápido à garagem. Entrou no carro escuro e saiu rapidamente.

Por onde começar? Ele pode ter ido para tantos lugares!

Decidiu começar pelo lado oeste da cidade, próximo ao estúdio. Uruha não pode ter ido muito longe.

Kai e Miyavi foram para o lado norte, um pouco mais longe do estúdio.

- O que será que aconteceu Miyv? – Perguntou Kai preocupado, olhando o namorado que dirigia tenso.

- Não faço a menor idéia Kai. Não faço a menor idéia. – Miyavi estava pensativo, lembrava de como havia se tornado amigo do guitarrista, da noite para o dia. Assim como todos ao seu redor, fora conquistado pelo jeito aéreo, talvez até um pouco confuso, e meigo do loiro. Não era bom em organização, tinha seu próprio sistema, seu próprio tempo, suas próprias regras confusas, mas não deixava que nada faltasse aos amigos. Não podia acreditar que ele estivesse desaparecido, simplesmente não podia. Quem faria mal a uma criatura tão doce?



Onde fora se meter? Sua cabeça doía pela forte pressão em seus cabelos. Eles bem que podiam ser um pouco mais gentis... Não se lembrava de como tinha ido parar ali, ou quem eram aqueles homens. Tinha apenas uma leve idéia do que queriam.

- E então gracinha, gostou da casa?

O lugar era simplesmente horrível. A sala – onde estava – era parcamente iluminada pelo sol que entrava de um buraco na tabua carcomida que servia como janela. A poeira era visível. O ventilador de teto girava agourento, com um rangido monstruoso. Sentiu sua garganta fechada, o medo dominando cada célula do seu ser.

- É-é linda... – O que eles queriam ouvir afinal?

- Vai gostar ainda mais do quarto. – Os dois homens se aproximaram com sorrisos semelhantes na face. O mais alto – um moreno forte, com a camisa ensopada de suor de um dia inteiro de trabalho – chegou perto de seu rosto. O cheiro enjoativo de cigarros e menta embrulhando seu estomago. Tentou virar a cabeça para longe, mas ele se aproximou ainda mais.

Seu punho doía onde a corda roçava, devia estar em carne viva. Sua boca estava seca, precisava desesperadamente de um copo d’água, mas não pediria nada a eles. O que mais queria naquele momento era acordar em sua cama e ver que tudo aquilo era apenas um pesadelo. Queria sentir os braços firmes de Aoi à sua volta, dando-lhe conforto.

Se esses homens pelo menos o deixassem vivo...

- E então, o que me diz? Está com fome? – O sorriso se alargou dando um duplo sentido nojento à suas palavras – Eu estou.

O volume já visível em sua calça era exibido como um troféu pelo mais alto. O outro – um ruivo franzino – tinha os olhos assustados pelo que o moreno fazia bem diante de seus olhos.

- O que você está fazendo? Não tínhamos combinado nada disso! – O ruivo se desesperou vendo o outro lentamente abaixar as calças. Os olhos de Uruha se encheram de lágrimas pelo que ele sabia que iria acontecer. Suplicou a todos os deuses que o tirassem dali, que o salvassem.

- Deixe eu me divertir um pouco. – Reclamou o moreno segurando a cabeça de Uruha pelo queixo, analisando seus traços antes de avançar em um beijo violento. Kou mordeu-lhe a língua com um olhar de puro ódio. Não se entregaria sem lutar.

- Toki, pare com isso! – O ruivo disse, mais desesperado do que antes, mas o moreno não o ouvia, estava concentrado demais em sua presa. Seu olhar endureceu, bem como sua voz grave.

- Se não quer por bem, vai por mal.

Uruha viu com uma precisão atordoante o exato momento em que Toki rasgou sua blusa, tateando sua barriga em busca de satisfação, logo chegando ao feixe de sua calça preta. O loiro se debateu quando as mãos frias que o tomavam, tentando a todo custo impedir que ele abrisse sua calça.

Seus esforços foram em vão, logo dedos frios o estavam invadindo, causando uma dor de tirar o fôlego enquanto gritava por socorro.



- Kai, encontrou alguma coisa? – Aoi estava atordoado, dera voltas e mais voltas e nada encontrara. Ninguém tinha visto o loiro, em parte alguma.

- Nada. Ele não deve ter vindo para cá. – Comentou com pesar. Uma idéia nova passou pela sua cabeça: será que Uruha tinha deixado Aoi? Se ele tivesse fugido, nem mesmo a policia o encontraria e... Não! Uruha nunca faria isso! Tratou de afastar o pensamento.

- Só nos resta a parte sul, mas não vejo como ele pode ter ido parar lá. – O guitarrista tremeu com a idéia, essa era a parte mais perigosa da cidade.

- Será?

- Não custa tentar – Aoi saiu do sinal vermelho e rumou para o sul. Por Deus, só podia torcer para que estivesse vivo.

Ligou para a policia, mas não tinha muitas esperanças de que eles poderiam ajudar.



- Toki, o que você fez? – A voz desesperada do ruivo cortou o silencio sepulcral do quarto. O mais alto apenas olhava Uruha, satisfeito demais para sequer conseguir pensar enquanto o loiro jazia jogado na cama, o sangue se espalhando por todo o lençol branco. Estava inconsciente.

Sim, estava inconsciente, mas não estava livre das imagens que o atormentavam em sua escuridão. Por Deus, nunca mais conseguiria olha para Aoi. Estava tão sujo, tão... impuro.

Mesmo assim, a pessoa que mais queria ver era o moreno.

Lagrimas escorreram de seus olhos fechados.

- Toki, eu vou embora, devia ter ido há muito tempo, aliás. – O ruivo finalmente disse, espantado demais com o amigo. Agora, era cúmplice de seqüestro e estupro. A brincadeira não devia ter terminado assim. Eles apenas iam se divertir, brincar com algum estranho, mas não desse modo. Isso tudo era tão nojento.

Toki acenou com a mão, ainda sem desviar os olhos de Uruha. O ruivo deixou o apartamento. Já estava escuro. Passara mais de oito horas naquele lugar, vendo Toki violar aquele sujeito repetidas vezes e não conseguira fazer nada!

Não muito longe dali, avistou um pequeno boteco. Queria a todo custo esquecer do que presenciara, e para isso, nada melhor que uma garrafa de saque. Se aquele loiro tivesse morrido... Não, ele estava chorando! Devia estar vivo. Fraco. Mas vivo.

Será que não tinha ninguém que se preocupasse com ele? Já deviam ter percebido a demora.

- Loirinho... Meu loirinho – Toki repetia enquanto acariciava Uruha. Não se importava que ele estivesse inconsciente, era belo demais, mesmo imóvel.



Aoi virou uma esquina particularmente sinistra. Um calafrio percorrendo sua espinha. Por algum motivo – não sabia qual – tinha certeza de que Uruha estava por ali.

Um bêbado passou trôpego em sua frente, quase sendo atropelado.

- Alguém tem que ajudar o loiro! – Gritava ele a ninguém em particular, com a voz engrolada pela bebida. Aoi deu ré no carro, o coração descompassado martelando em seus ouvidos. Ao mesmo tempo em que torcia que não fosse de Uruha que ele falava, desejava que ele soubesse onde o outro estava.

Parou o carro a centímetros do bêbado, um homem ruivo e franzino, e perguntou com a voz falha:

- Que loiro?

O ruivo sorriu. Finalmente alguém ouvira o que estava dizendo a mais de uma hora.

- Se você quiser, eu te mostro onde ele está. – Ele não tinha respondido quem era o loiro. Não podia perder seu tempo levando um bêbado a uma viagem em busca de um fantasma imaginário. Mas e se fosse Uruha?

- Entra.

O outro se ajeitou no banco do passageiro e começou a dar instruções no caminho, falando coisas desconexas sobre um amigo que perdera o controle. Às vezes, ele caia na auto-piedade e voltava para o amigo Toki.

O lugar que ele queria mostrar não era muito longe dali. Em uma parte longínqua da mente, lembrou que tinha de ligar para Kai.

- Eles estão no penúltimo andar, quarto 13B. – Avisou descendo do carro.

- Não vai subir? – Perguntou Aoi, estranhando a atitude do rapaz.

O ruivo apenas sorriu e deu-lhe as costas, caminhando para longe.

Aoi olhou o pequeno prédio cinza, hesitando um pouco em entrar.

O que é isso? Está com medo? Uruha pode estar aí sabia disso? Deve estar com mais medo que você. Dizia seu subconsciente. Com uma coragem que nunca tivera, entrou no prédio e subiu os três lances de escada. Parou em frente à porta do 13B e ergueu a mão para bater.

Um grito alto ecoou de dentro do quarto.

Uruha.

Girou a maçaneta, desesperado. A porta estava trancada. Forçou um pouco com o ombro, não estava muito presa. Tomou distancia e avançou arrombando a porta. O apartamento bagunçado e fétido o chocou a principio, deixando-o paralisado. Não conseguia imaginar Uruha em um lugar desses.

Um segundo grito cortou o ar.

Com as pernas bambas, correu em direção ao som que vinha de um quarto, no final de um curto corredor.

Sem hesitações, sem medo, avançou contra o brutamontes de estava em cima de Uruha. O sorriso que ele tinha nos lábios morreu quando viu Aoi, antes que pudesse ter qualquer reação, o guitarrista o empurrou em direção ao armário, encurralando-o. Todo o ódio e frustração que sentia, descontou no rosto assustado. Sentiu com prazer o nariz do outro se desfazer em uma massa sangrenta.

Uruha ainda estava atordoado com tudo, ficou com um certo medo ao ver Aoi ali, socando repetidamente a cara de seu carrasco. Nunca o vira assim, com essa mascara sem vida no rosto. Naquele momento, o moreno parecia uma maquina fria e mortal.

- Yuu... – Gemeu o loiro baixinho, tentando chamar a atenção para si. Seu anjo estava ali para salvá-lo.

A voz de Uruha quebrou sua concentração. Isso foi o suficiente para Toki correr cambaleante para fora do apartamento. As forças de Aoi subitamente se esvaíram e ele engatinhou até a cama. O rosto desfigurado de Uruha fez seu coração de apertar, os olhos se encheram de lagrimas. Foi então que viu todo o sangue. Uruha corria perigo, precisava de um hospital.

- Yuu eu... – Tentou dizer, mas foi calado por um beijo suave do outro.

- Shhh, eu sei. Vou levá-lo a um hospital. – Sua voz saiu rude pela raiva do homem que deixara fugir. Uruha fechou os olhos. – Amor, fala comigo.

- Hum? – Ele ainda não tinha aberto os olhos.

Aoi se levantou e pegou-o nos braços. Recebeu uma careta de dor pelo movimento e tentou ser mais suave.

- Lembra da viagem que vamos fazer? – Ele não podia deixar Uruha parar de falar, se ele dormisse, talvez não acordasse.

- Paris?

- Sim – O moreno sorriu andando em direção à porta. – E depois podemos dar uma passadinha em Las Vegas. – Sabia muito bem que o loiro adorava lugares e coisas brilhantes.

Desceu – com muito esforço – os lances de escada até o térreo. Acomodou Uruha no banco do passageiro e dirigiu para o hospital mais próximo. No caminho, ligou para Kai e contou tudo o que tinha acontecido.

Quando chegou ao hospital, os enfermeiros imediatamente o levaram para a UTI onde ele permaneceu pelos próximos dois dias. Em momento algum, ele abriu os olhos. Isso era preocupante.

Na manhã do terceiro dia, o medico deu a notícia.

Estavam todos na sala de espera, a barba crescida, os olhos inchados e pesados. Kai dormia no colo de Miyavi, Aoi tomava copos e mais copos e café. Não dormiria enquanto Uruha não acordasse.

- A única esperança para ele é um transplante de coração. – Disse o médico, desconfortável. – Ele é alérgico ao sonífero que lhe deram, isso afetou o coração. Como foi diagnosticado tarde demais, o coração dele esta parando.

- Quanto tempo? – Perguntou Miyavi.

- Um dia.

Aoi demorou um pouco para registrar suas palavras.

- E um transplante?

- Não há ninguém compatível – Disse se desculpando – E as chances de que encontremos alguém em tão pouco tempo são mínimas.

- Eu dôo. – A voz de Aoi fez todos ficarem subitamente em silencio.

- Perdão?

- Eu sou compatível – Repetiu – Dôo meu coração a ele.

- Mas isso... Não é possível Sr. Shiroyama. Isso é assassinato! – O medico estava incrédulo.

- Então se eu por um acaso sofrer um acidente de carro nas próximas horas e morrer, meu coração pode ir pro Kou?

O medico arregalou os olhos. Nunca ouvira ou presenciara esse tipo de situação.

- Sr. Shiroyama...

- De qualquer maneira, meu coração vai pra ele não é mesmo?

- Aoi... – Miyavi tentou ponderar, mas o olhar decidido do moreno fez as palavras morrerem em sua garganta. Entendia o que estava acontecendo, faria o mesmo por Kai. – Doutor, faça o que ele está pedindo. Se ele quer morrer para salvar Uruha, que pelo menos seja de uma forma indolor.

O medico estava encurralado. De um lado, seu juramento de salvar todos que estiverem em suas mãos, do outro, a determinação cega de um jovem apaixonado.

- Tudo bem então, vou preparar a cirurgia.

- Tem certeza? – Perguntou Miyavi vendo o doutor se perder pelos corredores brancos.

- Tenho.

Aoi se levantou e foi até o vidro que o separava de Uruha. O loiro parecia tão sereno, tão belo. Lembrou de todas as coisas que fizeram juntos, do modo delicado que ele lhe massageava os ombros, de sua desastrosa tentativa de fritar um ovo, de suas viagens... Lembrou de como foi cativado por seus sorrisos, suas idéias confusas.

Alguém tocou seu ombro. Não se virou para ver quem era.

- Também faria isso pelo Kai.

Um curto silêncio.

- Ele é tão belo! – Seus olhos se encheram de lágrimas. – Acho que essa é a melhor forma de morrer, dar minha vida a alguém que merece, que poderá fazer outra pessoa feliz. – Então se virou para Miyavi – Não deixe que ele se culpe pelo que aconteceu. Diga que eu o amo, que sempre o amarei. Que nunca sairei do seu lado.

- Direi. – Garantiu o mais alto.

Algumas horas depois, Aoi e Uruha foram para a sala de cirurgia. Estavam lado a lado, de mãos dadas. Antes de o remédio fizesse efeito, Aoi olhou para o amante ao seu lado e sorriu. Uruha foi a ultima coisa que ele viu em vida. Que homem sortudo! Ver a coisa mais bela do mundo antes de morrer.

Quando o coração de Uruha foi retirado e o de Aoi entrou em seu lugar, todos os enfermeiros e o medico tiveram uma sensação especial, puderam sentir realmente o que era o amor verdadeiro. Aoi não fazia isso por culpa ou dever, fazia simplesmente por que o amava.

Em um gesto simbólico, colocaram o coração de Uruha no corpo inerte de Aoi. Ao final da cirurgia, todos tinham lagrimas nos olhos.



Algumas semanas depois, Uruha recebeu alta do hospital. Não poderia fazer atividades pesadas ou qualquer coisa que exigisse muito esforço. Depois do choque inicial, da raiva e da frustração por não ter morrido e mantido Aoi vivo, sentiu-se o homem mais especial do mundo. Não podia reverter o que estava feito – e como ele desejava fazer isso! – mas pelo menos, tinha um consolo em saber que carregava uma parte do homem que mais amou em sua vida dentro de si. Shiroyama Yuu estaria sempre com ele, até o dia em que finalmente selasse seus olhos e partisse em direção ao infinito, lado a lado com o amor de sua vida.








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Thita
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Mensagem  Midori Sáb Out 02, 2010 3:25 am

Nyuuuuuuu >.<

T-to chorando ate gora
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Que lindoooo,eu queria que alguem fizesse isso por mim >///<

Parabenss vc escreve muitissimo bem ^-^

Adorei seu trabalho ficou mais que perfeitooo ^-^

PARABENSS ^^
Midori
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Localização : em algum lugar por ai com uruhinha :p

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